HISTÓRICO DA CIDADE DE PELOTAS

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A origem do nome “Pelotas”

Dizia-se que os indígenas rio-grandenses, usando uma canoa de couro para a travessia dos rios, batizaram-na de pelota. Hoje, uma versão nova assegura que os usos do barco e da palavra têm origem marroquina e que foram apenas assimilados pelos aborígines. Indígenas ou marroquinas, o certo é que o arroio Pelotas recebeu o nome das embarcações freqüentemente utilizadas na sua travessia. Depois, a partir da proliferação das charqueadas nas terras marginais do arroio, costa do Pelotas passou a designar, genericamente, a movimentada região. Por fim, elevada a Vila de São Francisco de Paula à categoria de cidade, após muita discussão foi aprovado o nome de Cidade de Pelotas, em homenagem “ao fato histórico [estabelecimento das charqueadas] que aglomerara com a rapidez do raio a gente e a riqueza da localidade”, na expressão de Domingos José de Almeida. Mesmo sem que todos saibam, um distante passado sobrevive, na memória local, toda vez que se pronuncia o nome da cidade.

 

A primeira charqueada

José Pinto Martins, retirante da seca de 1777 do Ceará, fundou em 1779 uma charqueada às margens do arroio Pelotas. A prosperidade do seu estabelecimento, justificada pela localização e pelos métodos empregados, estimulou a criação de outras charqueadas, iniciando-se a exploração, em larga escala, da indústria saladeiril no território rio-grandense.

Até a pouco se supunha, na falta de dados mais concretos, que Pinto Martins era natural do Ceará e que foi o pioneiro do saladeirismo no Rio Grande do Sul. Hoje se sabe, graças a pesquisas recentes, que Pinto Martins nasceu em Portugal; ultimamente tem-se repetido, talvez até com exagerada insistência, que antes de 1779 já se praticava a salgação da carne no território sulino.

De qualquer modo, o que importa é que José Pinto Martins, aliando os conhecimentos adquiridos no Ceará à sua visão de industrialista, estabeleceu uma fábrica rudimentar, de caráter pré-industrial, nos arredores de Pelotas. Em pouco tempo, foi imitado por outros, de maneira que a salgação da carne, já praticada no território gaúcho como atividade econômica de subsistência, transformou-se, a partir daí, numa indústria poderosa, responsável pela própria organização da estância, antes “mera empresa de coleta e pilhagem do gado”.

O nome de Pinto Martins, mais do que a Portugal ou ao Estado do Ceará, acha-se historicamente ligado ao município de Pelotas. Foi ele quem, a partir de 1779, impulsionou o desenvolvimento local. À sombra das charqueadas, Pelotas transformou-se, de incipiente povoação, na cidade que seria, durante todo o século 19, a mais rica e adiantada da Província, ao lado de Porto Alegre. Já em 1816, quatro anos depois da organização da freguesia, São Francisco de Paula pareceu ao Conde de Samodães “o centro e o coração” do Continente de São Pedro. Um outro viajante estrangeiro anotou, referindo-se aos charqueadores: “eles quiseram que o lugar prosperasse, e o lugar prosperou”.

 

A primeira sesmaria

Está hoje situado o município de Pelotas numa região que, em fins do século 18, abrangia cinco estâncias. De todas, a mais antiga, por ordem cronológica de doação, foi a que recebeu o coronel Tomás Luís Osório, em 1758, segundo despacho de Gomes Freire de Andrade, comandante-geral das capitanias do sul. O rincão (na terminologia da época) “extremava-se no Sangradouro da Mirim (São Gonçalo) e arroio Pelotas até topar com o arroio Correntes e deste à Lagoa dos Patos no lugar de Canguçu (Ilha da Feitoria)”.

Segundo a carta de sesmaria, “a região estava sendo explorada e conhecida a zona de suas planícies”. Alguns anos mais tarde, porém, mudaria de proprietário. Envolvido em denúncias, o coronel Tomás Osório, comandante do Regimento dos Dragões do Rio Grande, foi enforcado em Lisboa. Em 1779, sua viúva e seus filhos venderam ao casal Manuel Bento da Rocha e Isabel Francisca da Silveira a primeira sesmaria de Pelotas, abrangendo, entre outras extensões, os atuais balneários do Laranjal e a colônia Z-3.

 

Loteamento de Dona Mariana

Em 2 de julho de 1813, o governador da capitania, dom Diogo de Souza, concedeu a dona Mariana Eufrásia da Silveira -viúva do terceiro capitão-mor do Rio Grande, Francisco Pires Casado-o terreno que ela provou possuir desde 1784. Dividia-se “pelo sudeste com o rio São Gonçalo, pelo noroeste com terras de José Gonçalves da Silveira Calheca e José Aguiar Peixoto, pelo sudoeste com o arroio Santa Bárbara, fazendo a figura de um triângulo oblíquo, cujo terreno [sic] tem na sua maior largura 840 braças e no maior comprimento 1.304.”

Dona Mariana obrigava-se a doar, conforme prometera no requerimento, 80 braças em quadro para uma praça, uma quadra junto à praça para uma nova igreja, 20 braças em quadro para hospital e quartel. O compromisso foi cumprido, não por ela, mas pelos seus herdeiros, em fins de 1822 (nesse ano, como se sabe, foi extinto o regime sesmarial).

Loteando essas terras, dona Mariana possibilitou que as 12 ruas longitudinais de Antônio dos Anjos se prolongassem na direção do porto, acrescentando-se mais 15 às transversais. De modo que, em 1830, quando Pelotas atinge a condição oficial de município, o sítio urbano já se compõe de 34 logradouros: os 19 do capitão-mor mais os 15 da viúva de Francisco Pires Casado. Nesse quadro irromperia mais tarde a Santa Cruz, completando o centro da cidade.

Em 1833, um ano depois da instalação da vila, foram cadastrados 544 prédios. Deslocava-se o perímetro central da Praça da Matriz, hoje José Bonifácio, para a Praça da Regeneração, hoje Coronel Pedro Osorio.

 

Uma nova freguesia

Em 1810, partiu para o Rio de Janeiro o vigário Felício Joaquim da Costa Pereira Furtado de Mendonça, irmão de Hipólito da Costa, o patriarca dos jornalistas brasileiros. Levava consigo uma petição dos moradores de Pelotas. Diziam que o elevado número de famílias e de fábricas de carne salgada (cada uma dessas ocupando mais de cem pessoas) espelhavam o progresso da região e justificavam a criação de uma nova freguesia. Diziam mais: que, sem contar os empregados, aqui moravam 150 famílias, “das mais abastadas da fronteira”; que o lugar ficava distante dez léguas “da Mirim caudalosa, e suas margens alagadiças em mais de duas léguas”; que precisavam deslocar-se à Matriz de São Pedro “no tempo da Quaresma, que é a estação própria de fabricar as carnes salgadas”; que, enfim, isso causava grandes prejuízos “ao comércio e habitantes”. (Note-se que, para a conquista do status religioso, os argumentos utilizados foram de natureza fundamentalmente econômica: havia dificuldades para conciliar o progresso material e as obrigações do espírito.)

No requerimento não determinaram, porém, um lugar certo para a sede: tanto poderia ser no Capão do Leão, onde havia o oratório de Nossa Senhora da Conceição, como na costa do Pelotas, onde existia a capela de Nossa Senhora dos Prazeres.

Diante disso, como “conciliadora solução para os contraditórios desejos”, a freguesia, dois anos depois, não se estabeleceu em nenhum dos lugares sugeridos, mas sim na extensa coxilha entre o Santa Bárbara e o São Gonçalo. Igualmente excluídas as virgens-padroeiras dos dois arraiais, elevou-se ao altar a imagem de São Francisco de Paula.

 

A fundação da freguesia

Dom João VI, príncipe regente de Portugal, foi sensível ao apelo dos nossos antecessores. Por alvará de 7 de julho de 1812, erigiu “uma nova freguesia colada no lugar denominado Pelotas”. Receberia o título de São Francisco de Paula, mas isso segundo uma provisão eclesiástica datada de 18 de agosto e assinada pelo bispo do Rio de Janeiro, dom José Caetano da Silva Coutinho, que também manda servir provisoriamente de paróquia o oratório de Nossa Senhora da Conceição e nomeia pároco o vigário Felício Joaquim.

A primeira definição importante na história da ocupação urbana de Pelotas surge agora, e se confunde com a discussão sobre a melhor localização da igreja. Dependendo do lugar onde ela fosse construída, estaria configurada a zona central do povoado. Nessa discussão levou-se cinco meses -de outubro de 1812, quando Felício investiu-se nas funções de pároco, a fevereiro de 1813.

Três eram as alternativas: situar o templo no Laranjal; na lomba onde está hoje o Instituto Nossa Senhora da Conceição (Asilo); ou no lugar onde se edificou, na praça José Bonifácio.

A corrente vencedora contava com a preferência do capitão-mor da região, Antônio Francisco dos Anjos, e com a simpatia do pároco. Como os debates se prolongassem, não esperaram acordo final: foram fazendo a obra. Aos poucos, alguns opositores concordaram; outros se conformariam com o tempo. De qualquer modo, as divergências acabaram enterradas, em alicerces de tijolo e meio. As paredes é que tiveram a dimensão de um só tijolo.

 

A primeira planta

Construiu-se, pois, a igreja, e ao redor dela formou-se o povoado. Ambos -igreja e povoado- em terrenos que pertenciam justamente ao capitão-mor, Antônio dos Anjos. Em 23 de dezembro de 1813, São Francisco tomou posse da sua paróquia, “sobre imensa chapada, então triste e solitária”. Em 20 de maio de 1815, concluiu-se a medição judicial das 19 ruas do novo agrupamento urbano. O berço da cidade foi colocado numa parcela da sesmaria que, como se viu, pertencera originariamente a Manuel Carvalho de Souza, que poucos meses depois a vendera; sendo de novo trespassada em 1781, a partir daí se retalhara em terrenos.

Antônio dos Anjos comprou a sua parte em 1806 de José Aguiar Peixoto, que a havia adquirido de José Gonçalves da Silveira Calheca, que a negociara com o marchante de gados Miguel de Lara.

Mas, onde se localizou esse primitivo povoado? Conforme a planta projetada em 1815 pelo engenheiro Maurício Inácio da Silveira, com certeza parente de dona Mariana Eufrásia e de “Dona Isabel de Pelotas”, no sentido norte-sul entre as atuais avenida Bento Gonçalves e rua General Neto; no sentido oeste-leste, entre as ruas Marcílio Dias e Barroso. Formava uma espécie de quadro, em quase perfeito xadrez, com 12 ruas longitudinais e 7 transversais.

Antônio dos Anjos -ele, hoje, nome de rua-loteou esses quarteirões à razão de 320 réis a braça. Mas, como condição para que empreendesse o negócio, teve que doar ao poder público os terrenos da igreja, da casa do vigário e da praça. A Praça da Matriz é a atual José Bonifácio. E o vigário morava na atual Gonçalves Chaves entre Voluntários e Neto. No chamado Sítio dos Coqueiros.

 

Em direção ao Sul

A corrente que defendera a construção da igreja na quadra do atual Asilo, ou Instituto Nossa Senhora da Conceição, foi logo vencida. Mas não estagnou de imediato, conforme provam os documentos. Seu argumento principal era de que seria útil para o povoado desenvolver-se mais próximo ao São Gonçalo, na direção da Várzea e para os lados do Porto.

Dom José Caetano da Silva Coutinho, autor da provisão que elevara o lugar em freguesia, visitou-nos em 1815 e andou retomando o curso dessa idéia. Num Diário de Viagem, pouco divulgado, mas não inédito, anota, no dia 9 de dezembro daquele distante ano: “…ser-lhes-á muito fácil [aos homens ricos da freguesia] edificarem a igreja 300 braças mais para o pé do porto e das suas casas, principalmente metendo eu nas listas o comandante geral Marques e o sr. Mateus de tal, como tenho tenção de fazer”.

Não é certo que o bispo do Rio de Janeiro visasse exatamente a lomba do Asilo, mas pelo menos um sítio mais para o sul. Observe-se, e isto é importante, que o Instituto Nossa Senhora da Conceição, na direção norte-sul, fica na mesma altura da praça Coronel Pedro Osório. E que a Praça acabou se transformando no centro da cidade, ainda que a nova igreja se restringisse aos alicerces.

 

Fundação de Pelotas

O aniversário de Pelotas é comemorado a cada 7 de julho porque nesse dia e mês do ano de 1812 esta porção oriental do território rio-grandense foi elevada a freguesia, com a denominação de São Francisco de Paula. Só então, na realidade, começa a sua história oficial. Dezoito anos depois, em 1830, atingiria a condição de vila, sob o mesmo título. E em 1835, já com o nome de Pelotas, receberia os foros de cidade.

No entanto, desde muito antes estas terras vinham sendo procuradas, primeiro por aventureiros paulistas, mineiros, cariocas, lagunenses, e depois por colonos originários de Trás-os-Montes e do Minho e por ilhéus açorianos e madeirenses, esses fugitivos, respectivamente, da Colônia do Sacramento e da Vila do Rio Grande de São Pedro, então sob domínio dos invasores espanhóis. Uma indústria, inclusive, já florescia com êxito às margens do Canal de São Gonçalo e do seu tributário, o arroio Pelotas. 

 

Pelotas em 1820

Sabe-se que em 1818, nas 19 ruas, existiam 107 casas. O sábio naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, em 1820, aqui encontrou “18 charqueadas esparsas e um povoado com mais de cem casas”, já formando ruas largas e retas. Hospedou-se na sede da charqueada de Antônio José Gonçalves Chaves (hoje, charqueada São João, de propriedade da família Mazza), que o surpreendeu pelo fato de falar correntemente o francês e, dizem, possuir excelente biblioteca.

 

Vila e cidade

Por decreto de 7 de dezembro de 1830, a Freguesia de São Francisco de Paula foi elevada à categoria de vila, sob o mesmo título. Só seria instalada, porém, um ano e quatro meses depois -no dia 7 de abril, data nacional-, levantando-se pelourinho na Praça como símbolo de autonomia do município. No dia 27 de junho de 1835, decreto do presidente da Província outorgava à Vila de São Francisco de Paula os foros de cidade.

Em reunião da Assembléia Legislativa, destinada à escolha do nome, um deputado, o médico mineiro formado em Pisa, na Itália, dr. João Batista de Figueiredo Mascarenhas, propôs que se conservasse a denominação antiga. Aberta a discussão, Francisco Xavier Ferreira mandou à mesa uma emenda, em que alterava o nome para Cidade de Pelotas. Depois de vários títulos propostos, prevaleceu a emenda de Xavier Ferreira, apoiada e justificada por Domingos José de Almeida como homenagem à região de onde adviera a riqueza do município.

Se a alguém não agrada o topônimo, fique sabendo que, a depender da vontade de alguns deputados, Pelotas poderia se chamar São Francisco de Paula. Ou Calópolis. Ou Pelotapes. Ou Próspera Cidade.

 

Municípo médio

O município tem uma área de 2.205 km2. Considerando-se a extensão dos maiores municípios gaúchos: cerca de 7 mil km2 e dos menores: apenas 700 km2, conclui-se que Pelotas é um município de tamanho médio. A sua extensão relativamente grande relaciona-se muito com a localização do município na metade sul do Estado, zona de pecuária e lavoura extensiva e, por isso, pouco povoada e pouco dividida sob o ponto de vista político-administrativo.

 

Latitude e longitude

O município de Pelotas está situado na Zona Temperada do Sul, ficando distante do Equador 32 graus, tendo, portanto, 31º 46′ 55″ de latitude sul. Por isso, os raios do sol chegam mais ou menos inclinados, durante o ano e, conseqüentemente, os dias são curtos no inverno e longos no verão.

Quanto à longitude, Pelotas encontra-se a 52º 20′ 54″ a ocidente do Meridiano Principal. Uma conseqüência é que nossos relógios marcam três horas menos do que os da Inglaterra. Além disso, quando aqui é meio-dia, no Japão, que se encontra a 140º de longitude, é meia-noite.

 

Localização do Município

Um dos fatos fundamentais da geografia de Pelotas é que o município está localizado na região fisiográfica denominada “Encosta do Sudeste”, da qual fazem parte os municípios de Tapes, Camaquã, São Lourenço do Sul, Capão do Leão, Pedro Osório, Arroio Grande, Morro Redondo, Arroio do Padre e Jaguarão.

Realmente o município se estende das mais baixas ondulações da encosta oriental da Serra dos Tapes até a planície sedimentar da margem ocidental do Canal São Gonçalo.

Portanto, Pelotas, sob o ponto de vista físico, encontra-se em uma encosta, e essa localização teve conseqüência muito importante, pois determinou a existência, no município, de duas grandes paisagens naturais e humanas distintas: a paisagem “serrana”, mais elevada e ondulada, correspondente à policultura e à colonização alemã, e a paisagem de planície baixa e plana, que corresponde à pecuária e à orizicultura e de composição étnica variada.

 

Cidade planície

A cidade de Pelotas localiza-se numa planície muito baixa. Nas suas partes mais elevadas – os “terraços”- encontra-se o centro urbano tradicional e as principais avenidas dos bairros Areal, Três Vendas e Fragata; é aí que se encontra a maioria da população. As áreas mais baixas – as “várzeas” – são menos povoadas, inclusive porque chegam a sofrer inundações.

Pode-se, assim, observar que as diferenças de nível, na planície, influíram muito na distribuição espacial da população e, portanto, na direção do crescimento da cidade.

 

Hidrografia

Pelotas, com posição hidrográfica muito favorável está situada às margens do Canal São Gonçalo, que liga as duas maiores lagoas do Brasil: Patos e Mirim. Graças a isso, o município dispõe, nas suas proximidades, de grandes mananciais de água doce. As lagoas e o canal são importantes recursos hídricos e, ainda, asseguram a perenidade de abastecimento de água à população e às indústrias.

 

Paisagem que se transforma

Pelotas está localizada em relevo de baixa encosta, apresentando, por isso, uma zona alta e acidentada e outra baixa e plana; essa característica de localização é resultado do seu passado geológico, começado há bilhões de anos.

Sabe-se, por exemplo, que a zona de planície do município formou-se devido, em grande parte, ao depósito de rochas tanto pelos rios como pelo mar, o qual cobriu toda esta região várias vezes. Alem disso, os atuais morros do relevo do município já foram altos e pontiagudos, tendo, depois, ficado baixos e arredondados em conseqüência da erosão produzida pelas águas correntes durante bilhões de anos.

A paisagem natural de Pelotas, como a de toda a Terra, é dinâmica e, por isso, em constante transformação; assim, continuam os processos de erosão e de sedimentação da planície.

 

População

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, Pelotas tinha 320.471 habitantes. A população feminina é de 168.599 e a masculina de 151.872.

 

Posição no Litoral

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996, Pelotas tinha 304.276 habitantes. O município é um dos seis mais populosos da Região Sul do País (PR-SC-RS) e 53º do Brasil (entre 5.507 no total).

 

Temperatura, chuva e vento

A temperatura média anual, em Pelotas, é de 17,6 graus. O mês mais frio é julho e o mais quente, janeiro. A amplitude anual é relativamente baixa – 10,6 graus – pois a média de julho é de 12,4 graus e a de janeiro 23 qraus.

A média anual de chuvas é de 1.249 milímetros. Pelotas está situada na zona menos chuvosa do Estado, que é o litoral. Chove mais no inverno e primavera e menos no outono e verão, mas a diferença não é muito grande.

Predominam, no município, os ventos do quadrante leste, principalmente os do nordeste; são ventos úmidos, porque vêm do Oceano Atlântico. No inverno e no outono sopram, com freqüência, ventos do sul e do oeste, que são frios; quando vêm do sul, são úmidos; vindos do oeste são secos.

 

 Pelotas – Infra-Estrutura e Potencialidades

Pelotas aparece, pela segunda vez, numa pesquisa sobre os melhores locais para investir no Brasil. Na primeira, figurou em 6º lugar na edição 532 – ano 25 nº 11 – de 26 de maio de 1993, da revista Exame, da Editora Abril, em pesquisa encomendada por ela a Simonsen Associada, a qual relacionou todos os municípios com mais de 150 000 habitantes. Esse critério serviu como ponto de partida e incluiu os municípios onde normalmente já existia alguma infra-estrutura e consumidores em número suficiente para que houvesse negócios.

Definido isso, a Simonsen estabeleceu dez critérios para julgar cada uma das cidades. Foram analisados desde o percentual de ligações de água e esgoto e a distância do aeroporto com linha regular diária para os grandes centros até o número de profissionais com nível superior e de leitos hospitalares disponíveis. Daí surgiu a lista dos melhores locais para negócios. Na segunda pesquisa, a Exame contratou a Trevisan que adotou cinco diferentes quesitos para classificar as 126 cidades relacionadas, todas elas situadas num raio próximo a rede nacional de fibras ópticas da Embratel.

Daqueles cinco itens, a disponibilidade de mão-de-obra qualificada foi o mais valorizado dentre os tópicos considerados: logística, infra-estrutura, qualificação da mão-de-obra, qualidade de vida e política de incentivos.

O resultado da pesquisa classificou Pelotas em 5º lugar e foi publicada na revista Exame, edição 597 – ano 28 nº 24 – de 22 de novembro de 1995.

 

A economia

A economia de Pelotas tem sustentação na atividade primária, sendo o maior produtor de pêssego para a indústria de conservas do País, além de outros produtos como feijão, milho, soja, batata inglesa, cebola e fumo.

O município responde por 28% da produção de arroz do Estado, 10% da produção de grãos, 16% de todo o rebanho bovino de corte e detém uma das maiores bacias leiteiras do Estado com produção de 30 milhões de litros/ano, alem de possuir expressiva criação de cavalos e ovelhas (28% do rebanho eqüino e 30% da produção de lãs).

Pelotas conta com dois Centros de Pesquisas Agropecuária de Clima Temperado -, Embrapa. Na atividade secundária, Pelotas destaca-se por possuir o maior parque agroindustrial de conservas alimentícias do País, e a maior capacidade de abate de bovinos, através de grandes frigoríficos exportadores de “Cota Hilton” e, conseqüentemente, a maior capacidade instalada de frigorificação do Estado. O segundo beneficiador de peles e couros e possui 36 engenhos de beneficiamento de arroz (maior beneficiador de arroz do Brasil, com 689.622 toneladas, em 1996). Tem ainda um importante segmento metalmecânico e construção civil, competitivos, e com enorme potencial de crescimento.

Pelotas possui, também, um Pólo Cerâmico bastante dinâmico, que produção cerâmica de alta qualidade.

No Setor Terciário, destacam-se o turismo e o comércio, com mais de 4.400 estabelecimentos comerciais (varejista e atacadista), serviços bancários com 38 agências dos principais bancos, além de seguradoras, casas de câmbio, cerca de 26 empresas de transportes. Todas as atividades englobam um PIB de aproximadamente US$ 1.050 milhões/ano. Nesse montante não está considerada economia informal, estimada em 30% do PIB.

Pelotas dispõe de condições excepcionais para a implantação de grandes empresas, a começar pela área, já que dispõe de terrenos com cerca de 400 a 500 hectares. poderá dispor de terminal portuário privado, particular e com armazéns alfandegados. some-se aos aspectos acima, as condições excepcionais para captar água, quer tratada ou bruta, praticamente em quantidades ilimitadas.

A infra-estrutura de segurança pública é bastante significativa por ser Pelotas um centro concentrador de fluxos econômicos e sociais do extremo sul do Estado. No turismo, Pelotas é o berço da história industrial, comercial e cultural rio-grandense, além de ser bastante privilegiada em riquezas naturais que lhe dão enormes possibilidades de investimentos, principalmente em turismo cultural e ecológico, segmentos que mais crescem em todo o mundo.

Pelotas apresenta condições atuais, bastante competitivas, tanto no setor primário como secundário e terciário. No setor secundário o futuro empreendimento, caso seja necessário, poderá ser implantado em um terminal retro-portuário privativo e alfandegado, sem maresia, dotado de energia elétrica própria, ou interligado ao sistema nacional, dotado de telefonia moderna, infra-estrutura de transporte marítimo transoceânico, com ferrovia e rodovia, além de condições socioeconômicas bem acima da media brasileira, será comparável com as instaladas no primeiro mundo.

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